segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Catequese 3 - 2º encontro - 06/12/2008

Os gestos de Jesus

No tempo de Jesus. havia quem pensasse que as doenças eram um castigo por qualquer pecado. Se uma pessoa tinha nascido com algum problema, culpavam-se os antepassados.

"Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. Os seus discípulos perguntaram-lhe: «Rabi, quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?» Jesus respondeu: «Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele manifestar as obras de Deus. Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite, em que ninguém pode actuar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.» Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama e disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé» - que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e regressou a ver. Então, os vizinhos e os que costumavam vê-lo antes a mendigar perguntavam: «Não é este o que estava por aí sentado a pedir esmola?» Uns diziam: «É ele mesmo!» Outros afirmavam: «De modo nenhum. É outro parecido com ele.» Ele, porém, respondia: «Sou eu mesmo!» Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?» Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?» Respondeu-lhe; «Não sei.» Levaram aos fariseus o que fora cego. O dia em que Jesus tinha feito lama e lhe abrira os olhos era sábado." (Jo 9, 1-14)

Esta passagem faz referência indirecta ao baptismo (lama-banho). Lavados dos nossos pecados, ou preconceitos e maneiras velhas de viver, podemos ver com a luz da fé. Esta passagem representa o caminho de quem se abre à fé e vai dando alguns passos até aceitar completamente a luz da fé que vem de Jesus.

Com esta passagem, descobrimos que Jesus comunica através do que diz e do que faz. Palavras, gestos. atitudes são formas de Jesus comunicar através do corpo.

Jesus quer relacionar-se com a pessoa na sua totalidade e unidade. Nós somos uma unidade. Quando falamos de corpo, alma, espírito, inteligência, boca, pés, falamos da pessoa como ser único e irrepetível.

Em outra passagens bíblicas podemos distinguir gestos de Jesus que exprimem acolhimento e amor. São gestos que criam vida e são sinais de salvação. O maior gesto salvador de Jesus é a sua entrega, por amor, na cruz.

E os nosso gestos também podem ser libertadores?

Louis Braille

«Louis Braille (Coupvray, 4 de Janeiro de 1809 — Paris, 6 de Janeiro de 1852) foi o criador do sistema de leitura para cegos que recebeu seu nome, braille.

Louis Braille nasceu em 4 de Janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de 40 quilómetros de Paris. O seu pai, Simon-René Braille, era um fabricante de arreios e selas. Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, possivelmente uma sovela. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se ao olho direito, provocando a cegueira total.

Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia, Jacques Palluy, matricularam-no na escola local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia e em determinados anos foi seleccionado como líder da turma. Com 10 anos de idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).

O fundador do instituto, Valentin Haüy, foi um dos primeiros a criar um programa para ensinar os cegos a ler. As primeiras experiências de Haüy envolviam a gravação em alto-relevo de letras grandes, em papel grosso. Embora rudimentares, esses esforços lançaram a base para desenvolvimentos posteriores. Apesar de as crianças aprenderem a ler com este sistema, não podiam escrever porque a impressão era feita com letras costuradas no papel.

Louis aprendeu a ler as grandes letras em alto-relevo nos livros da pequena biblioteca de Haüy. Mas também se apercebia que aquele método, além de lento, não era prático. Na ocasião, ele escreveu no seu diário:

"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma."
Em 1821, quando Louis Braille tinha apenas 12 anos, Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, visitou o instituto onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita nocturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Tratava-se de um método de comunicação táctil que usava pontos em relevo dispostos num rectângulo com seis pontos de altura por dois de largura e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário ler mensagens sem usar a luz que poderia revelar posições. Assim, era possível trocar ordens e informações de forma silenciosa. Usava-se uma sovela para marcar pontinhos em relevo em papelão, que então podiam ser sentidos no escuro pelos soldados. A escrita nocturna baseava-se numa tabela de trinta e seis quadrados, cada quadrado representando um som básico da linguagem humana. Duas fileiras com até seis pontos cada uma eram gravadas em relevo no papel. O número de pontos na primeira fileira indicava em que linha horizontal da tabela de sons vocálicos se encontrava o som desejado, e o número de pontos na segunda fileira designava o som correto naquela linha. Esta ideia de usar um código para representar palavras em forma fonética foi introduzido no Instituto. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método e passou a efectuar algumas melhorias.

Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura. O sistema apresentado por Barbier, era baseado em 12 pontos, ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas 6 pontos. Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome. Excepto algumas pequenas melhorias, o sistema permanece basicamente o mesmo até hoje.

Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceita. As pessoas com visão não entendiam quão útil o sistema inventado por Braille podia ser, e um dos professores principais da escola chegou a proibir seu uso pelas crianças. Felizmente, tal decisão teve efeito contrário ao desejado, encorajando as crianças a usar o método e a aprendê-lo em segredo. Com o tempo, mesmo as pessoas com visão acabaram por perceber os benefícios do novo sistema. No instituto, o novo código só foi adotado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela tuberculose em 6 de Janeiro de 1852, com apenas 43 anos.

Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panthéon.

O braille provou ser muito adaptável como meio de comunicação. Quando Louis Braille inicialmente inventou o sistema de leitura, aplicou-o à notação musical. O método funciona tão bem que a leitura e escrita de música é mais fácil para os cegos do que para os que veêm. Vários termos matemáticos, científicos e químicos têm sido transpostos para o braille, abrindo amplos depósitos de conhecimento para os leitores cegos. Relógios com ponteiros reforçados e números em relevo, em braille, foram produzidos, de modo que dedos ágeis possam sentir as horas.»





A vida deste homem diz-nos que, quando perdemos algumas capacidades, podemos desenvolver outras, úteis à Humanidade e à realização pessoal, Para isso, é importante nunca desistirmos, teros força de vontade e dispormo-nos a ser dom para os outros.

E nós? Estamos dispostos a ter gestos que libertem, dêem alegria aos outros e os ajudem a crescer por dentro?


Senhor, encheste-me de dons para Te servir.
Vou procurar usá-los para Te encontrar.
Meus ouvidos procuram a Tua voz e os teus conselhos
nas vozes daqueles que encontro pelo caminho.
Enquanto procuro, nas placas das encruzilhadas,
a direcção para chegar a Ti,
vejo como as pessoas discutem,
se magoam esquecidas de Ti.
Vejo outros que constroem caminhos, amizades, mundos melhores.
Outros usam as mãos, dom maior,
para selar esses pactos de amor.
Também uso as minhas mãos
para construir as paredes da tua Igreja, da nossa casa.
Com os pés,
sigo o caminho que me leva a Ti,
falo contigo e com os que me acompanham.
A minha boca denuncia as maldades a que assisti
e conta a história das bem-aventuranças.
No final da minha procura,
desta aventura de Te encontrar,
vejo-Te, sinto-Te na minha pele...
Cheguei a Ti!


Recomendamos:


Catequese 3 - 1º encontro - 22/11/2008


Comunico com o meu corpo

Cântico:

Braços

fa        do   re-
Braços no ar para gritar
sol- fa do
Braços a abrir para acolher
Fa do la re-
Braços em cruz para dizer
sol- do fa
Aqui, aqui está Jesus

re-
Dou-te o braço direito
sol-
Para abraçar o irmão
sib
Para lhe dar o que tenho
do
Para ser a Tua mão

Dou-te o braço esquerdo
Para puxar o arado
Para lançar as redes
Do Teu apostolado

Dou-te a perna direita
Para andar o caminho
Que Tu andaste, Senhor.
Nunca estarei sozinho

Dou-te a perna esquerda
Para correr apressado
Falando de Ti, de Deus
Aqui e em todo o lado

Dou-te a minha boca
Para Te anunciar
Para gritar ao mundo:
É tão bonito amar.

Dou-te o meu coração
Tudo o que sinto e sou
Leva-me onde quiseres
Leva-me, contigo vou

No dia-a-dia, as pessoas conhecem-se não só pelas palavras, mas também pelos gestos e actos que praticam. A canção diz-nos que, com os nossos membros, com o nosso corpo, podemos fazer o bem, ir ao encontro dos outros, comunicar com quem nos rodeia.

Pode acontecer não nos sentirmos bem com o nosso corpo e até por vezes sentimo-nos angustiados com isso.
Para podermos partilhar e ultrapassar os nosso medos, o nosso grupo foi convidado a fazer uma pequena actividade:


A pessoa pensa, sofre, ama com o seu corpo. O corpo humano é uma fonte de possibilidades. O corpo é caminho para o encontro com os outros e até com Deus.

Nós comunicamos com todo o nosso corpo. Muitas vezes os nossos gestos dizem mais do que as palavras. O corpo é um meio de nos relacionarmos com os outros. É com ele que comunicamos com Deus.

Todo o nosso corpo entra na linguagem e mostra o nosso "estado de alma". Vemos com os olhos, ouvimos com os ouvidos, falamos com a boca, exprimimos a nossa alegria ou tristeza com o rosto, pelo que a nossa relação com Deus deve englobar a totalidade dos nossos sentidos.

Precisamos, perante a maravilha do nosso corpo, de aprender a contemplar, deixando-nos despertar para o sentido do encanto, da maravilha, da admiração.

Vamos agradecer a Deus pelo dom da vida e, mais concretamente, pelo nosso corpo, com o qual podemos comunicar e até rezar.

Para interiorizar:

Faz, Senhor, que os meus pés me levem a anuncia a paz;
Que a minha boca diga sempre palavras boas e cheias de esperança;
Que o meu coração aprenda a amar como o teu;
Que os meus olhos me façam ver com a luz da fé.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Catequese 3 - O meu corpo e os meus sentidos


1. Somos corpo em comunicação


A adolescência é um período de desenvolvimento humano caracterizado pela mudança a nível físico e psíquico.
A descoberta do corpo e as mudanças que o acompanham têm de ser integradas no desenvolvimento global de cada adolescentes. À medida que cresce e se desenvolve, este vai adquirindo as características próprias do seu sexo.
Falar do corpo humano significa falar de um organismo que participa em toda a realização da pessoa, já que esta se realiza e expressa no corpo e através do corpo. A corporeidade possibilita comunicação e comunhão. Toda a comunicação passa, também. pelos sentidos: a visão, a audição, o olfacto, o gosto e o tacto.
A pessoa é um "ser com" e um "ser para". Isto é, um "eu" que se relaciona com vários "tus", precisamente através dos sentidos. Essa relação faz parte da existência. É com esta maravilha dos sentidos que a pessoa comunica e dialoga com as outras pessoas e também com Deus.

2. A dignidade do corpo humano

É verdade que a fé ultrapassa os sentidos, mas é pelos sentidos que se celebra, se exprime e se testemunha. Também, da mesma forma, Deus vem ao nosso encontro para nos manifestar e comunicar o seu amor, que salva e liberta, através da humanidade de Jesus, do seu corpo humano, dos seus gestos e palavras.
A corporeidade humana faz parte do plano criador de Deus. A encarnação do Verbo é disso o exemplo máximo. Deus recebe um corpo humano mortal, capaz de trabalhar, sofrer, de se alegrar e de amar. É sob esta forma corporal que Cristo realiza a reconciliação do mundo com Deus.
Cristo é o lugar do encontro entre Deus e o homem. O nosso corpo é "Templo do Espírito Santo". O destino do corpo é ser corpo glorioso. Exige respeito perante a sua grandeza e dignidade.

3. Honramos a Deus no nosso corpo

Em nós, no nosso corpo, habita Deus. E é com o nosso corpo que somos chamados a louvar a Deus.

Objectivos:

Pretendemos com esta catequese levar os adolescentes a aceitarem as características do seu próprio corpo; que eles compreendam que é também através do corpo que se comunica com os outros e com Deus; e finalmente, identificar as acções de Jesus como acções salvíficas.

in guia do catequista

Catequese 2 - 2º encontro - 08/11/2008


No encontro anterior, vós fostes questionados a conhecerem-se melhor. "Quais as minhas qualidades e meus defeitos?; quais os meus sonhos e valores?"
Agora perguntamo-vos: conheceis Jesus?

"E vós quem dizeis que Eu sou?"


"Jesus partiu com os discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?» Disseram-lhe: «João Baptista; outros, Elias; e outros, que és um dos profetas.» «E vós, quem dizeis que Eu sou?» - perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes, então, que não dissessem isto a ninguém". (Mc 8,27-30)

Tal como Pedro que rapidamente respondeu que Jesus era o Messias, tão grande era a sua fé, muitos outros também deram respostas semelhantes à sua. Jesus é o Cristo, é o Senhor, é o Filho Único de Deus.

Santa Teresinha foi uma dessas pessoas, que se entregou ao amor de Jesus e deixou-se conduzir pela Sua mão. "Na Igreja, eu serei o amor". Se não fosse pela sua pouca saúde, Santa Teresinha teria partido pelo mundo para espalhar o amor de Jesus. No entanto a sua boa obra é relembrada por todos, principalmente pelos missionários. "Eu não me arrependo de me ter abandonado ao amor".


E para vós quem é Jesus? Credes que Jesus Cristo é Filho de Deus? Sereis capazes de responder com fé e amor há pergunta que Jesus vos coloca?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Catequese 2 - 1º Encontro - 25/10/2008


Conheço-me?

Quando decidimos fazer parte de um grupo, assumimos um compromisso com esse grupo. Um compromisso de respeito, união, cooperação... Mas para sermos capazes de cumprir esse compromisso, temos de nos conhecer verdadeiramente. Se calhar não pensamos muito nisso, mas quando foi proposta uma dinâmica de conhecimento com os adolescentes, chegamos à conclusão de que se calhar eles não se conhecem assim tão bem, daí a necessidade de "copiar" colega do lado as suas qualidades ou defeitos...

Dinâmica "Conheço-me?":

  • Que qualidades possuo?
  • Quais os meus valores?
  • Quais são os meus sonhos?
  • Quais são os meus defeitos?
  • O que me faz feliz?
  • Por que é que faço parte de um grupo de catequese?

Muitas destas perguntas ficaram por responder neste encontro, precisamente porque são perguntas que raramente fazemos no nosso dia-a-dia, pois achamos que nos conhecemos muito bem. Mas certas atitudes e mudanças de humor, fazem-nos reflectir que provavelmente isso não será verdade.
Para vocês, adolescentes, esta é uma fase de mudança, a nível físico, mas também psicológico e social. É agora que vocês se deverão questionar "Quem sou eu?", que tipo de pessoa quero ser? Esta é a fase em que vocês têm de aprender a gostar de vós próprios, do vosso corpo, das qualidades que querem desenvolver e dos defeitos que querem ultrapassar.
Vocês são uma maravilha do amor de Deus! Este é o tempo de desenvolverem uma consciência, de assumirem os vossos actos, de saberem escolher o Bem sobre o Mal, para poderem viver verdadeiramente felizes e contribuírem para a construção de um mundo melhor.
Mas não pensem que terão de passar por esta fase de mudança, este tempo de descoberta pessoal, sozinhos. A vossa família, os vossos amigos e este grupo são o vosso apoio. Estarão sempre ao vosso lado para vos ajudar a superar os desafios que a vida vos colocará. Mas principalmente, existe Alguém que vos ajudará no desenvolvimento da vossa personalidade. Alguém que responderá ao vosso desejo profundo de felicidade. Quem será?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

sábado, 25 de outubro de 2008

Catequese 2 - Quem sou eu?


1. O homem procura um sentido para a vida

  • Quem sou eu?
  • Qual a minha origem?
  • Qual o meu destino?
  • Que faço aqui na Terra?
  • Que sentido tem a vida?

Desde sempre, o homem desejou conhecer-se melhor. A experiência de cada dia diz-nos que o homem nasce, vive e morre, que toda a pessoa é limitada, finita, mas que é o único ser capaz de se interrogar e de dar respostas.
O homem é um ser consciente, com capacidade de identificar o bem e o mal, e um ser livre e responsável: só ele é capaz de escolher o Bem, a Verdade, o Amor e a Justiça. É também capaz de aceitar as consequências das suas acções.


2. O ser humano à luz da Palavra

A Sagrada Escritura afirma que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26; 9, 6).
A Bíblia diz-nos que o ser humano:

  • Tem uma vida limitada (Tg 4, 14)
  • Está ligado a Deus (1 Sm 2, 6)
  • Pode escolher entre o Bem e o Mal (Dt 30, 19)
  • Pode participar da vidanova em Cristo (Fl 1, 21)

Ser cristão conciste, acima de tudo, numa relação pessoal com Jesus ressuscitado, assumindo uma resposta de amor que nos une a Ele para toda a vida.
O próprio Jesus se apresentou como "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6). Aquele que nos conduz à comunhão com o Pai, no Espírito Santo.

3. Identificar-se a partir da relação com Jesus

Jesus é o caminho para Deus. Ele está no centro deste "Projecto +". Ele liberta a pessoa e mostra-lhe a sua altíssima dignidade. Em Cristo, os caminhos do homem não ficam na escuridão, mas abrem-se aos horizontes da luz e da vida.
Jesus é o centro da nossa vida, o nosso companheiro de todas as horas, para fazer de nós anunciadores do Seu Evangelho em todos os lugares do nosso mundo.

in guia do catecista

sábado, 18 de outubro de 2008

Catequese 1 - 2º Encontro - 18/10/2008


Somos um grupo com Jesus


(Na continuidade do encontro da semana passada)

No encontro passado, vimos a importância de pertencer a um grupo e as qualidades que devem existir dentro desse grupo, nomeadamente o respeito, a união, a comunhão; assim como devemos ser testemunhas de Jesus. Neste encontro falámos deste grupo maior que é o grupo de Jesus.

Como é que terá começado o grupo de Jesus, como se constituiu?

"Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes:«Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens». E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o seu pai, seguiram-no".
(Mt 4, 18-22)

O que mais nos impressiona nesta passagem do Evangelho de S. Mateus?

  • Jesus é quem escolhe e chama
  • Jesus não discrimina ninguém
  • Jesus convida pa fazer grupo
  • Resposta decisiva e radical dos irmãos

Este foi o primeiro de muitos chamamentos.
Vejamos outros chamamentos:

  • Lc 19, 1-10
  • Mt 19, 16-22
  • Jo 15, 1-8

E qual foi o teu chamamento?

Jesus disse: "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles" (Mt 18,20). Por isso nos reunimos como grupo, em união e fraternidade. É o Seu amor que nos transforma , sem o qual não podemos viver.

Roger Schutz foi uma dessas pessoas cujo o amor de e para com Jesus transformou a sua vida.
O irmão Roger sentiu o chamamento para criar uma comunidade onde se concretizasse a reconciliação entre os cristãos, "onde a bondade do coração fosse vivida de forma muito concreta e onde o amor fosse o coração de tudo".
Em 1940, o irmão Roger estabeleceu essa comunidade em Taizé e começou a esconder e a ajudar refugiados.
O irmão Roger foi assacinado em 2005, durante a oração, por uma mulher tresloucada, quando tinha 90 anos, mas a sua obra continua.
Hoje em dia, Taizé acolhe milhares de jovens que vêm habitualmente viver uma semana de oração e partilha com os irmãos.

Finalizamos este encontro com uma oração de gratidão ao Senhor, por tudo o que nos dá e pelos seus ensinamentos:

"Obrigado, Senhor, por me teres dado a vida e por me teres chamado para o teu grupo.
Chamaste-me, todos os dias, a ser tua testemunha no mundo, entre os irmãos.
Chamaste-me a viver com os outros, a encontrar-Te e a amar-Te e a encontrar e a amar os outros.
Tu, que vês a minha vida e conheces todo o meu ser, ajuda-me a estar sempre unido a Ti e a todos os irmãos.
Pelo amor vivido em cada dia, faz-me constructor de uma Igreja viva, de uma Igreja comunidade".




Recomendação: Filme: "O Rei dos Reis" de Nicholas Ray

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Catequese 1 - 1º Encontro - 11/10/2008


Somos um grupo


Ao longo dos anos, o nosso grupo de catequese foi diminuindo. Alguns dos vossos colegas resolveram terminar (ou adiar) esta caminhada que iniciamos aquando o nosso baptismo. Desistiram por falta de interesse ou porque outros interesses sobressaíram; desistiram por falta de apoio dos pais ou porque não encontraram em nós, catequistas e colegas, o apoio que necessitavam.
Mas mesmo assim, o nosso grupo continua. Muitos ou poucos, o nosso objectivo é o mesmo: continuar neste caminho de amor de Jesus Cristo até ao Pai.

Apesar de nos conhecermos há 6 anos e alguns de vocês conhecerem-se melhor na escola, a partir deste ano, iremo-nos reunir sempre em Anta (já não há o grupo da Idanha ou dos Altos-Céus ou de Anta) e de forma a conhecermo-nos melhor, resolvemos fazer uma dinâmica de apresentação.

Com um novelo de lã, cada um de nós teve de se apresentar e de dizer alguma coisa que o caracteriza-se e de seguida passar o novelo a outro. Desta forma, fomos construindo uma teia, que estabeleceu ligação com todos.

Para que serviu esta dinâmica? Antes de mais para ficarmos a conhecermo-nos melhor, mas principalmente para mostrar que todos nós sentimos a necessidade de viver em grupo, pois "nenhum homem é uma ilha!"

Todos nós somos importantes e temos algo para dar ao nosso grupo. Podemos partilhar conhecimentos, alegrias, descobertas...

Nós somos como uma ponte, um elo de unidade, um caminho, um sentido de segurança e de ajuda... em que cada um de nós é uma pedra que a constitui.

Para interiorizares:

  • É tempo de nascer e ser dia.
  • É tempo de dar e ser mão.
  • É tempo de partir e ser barco.
  • É tempo de gritar e ser profeta.
  • É tempo de subir e ser montanha.

É TEMPO DE SER!

  • É tempo de aluminar e ser sol.
  • É tempo de fazer e sser braços.
  • É tempo de aproximar e ser ponte.
  • É tempo de sorrir e ser espelho.
  • É tempo de caminhar e ser estrada.
  • É tempo de construir e ser casa.

É TEMPO DE SER!



Catequese 1 - Somos um grupo com Jesus


A pessoa humana é ser em relação

Vivemos numa sociedade em constante agitação, sem tempo para nos relacionarmos adequadamente uns com os outros. Existe a tendência crescente para o individualismo e para o isolamento. Poucos são os espaços de que dispomos para o estabelecimento de relações interpessoais profundas.

O ser humano só se realiza verdadeiramente em constante diálogo com os seus semelhantes. O crescimento pessoal acontece em interdependência com os outros, numa profunda solidariedade com eles. O grupo de catequese constitui assim o espaço por excelência, onde o adolescente toma consciência da sua existência e estabelece relações com os outros, num clima de confiança, sentindo-se aceite, reconhecido e amado.

A fé - experiência de comunidade

A fé é sempre uma experiência comunitária. Não se é cristão sozinho, mas dentro de uma comunidade que nos acompanha no caminho da fé. Por isso, nós cristãos, somos chamados a viver em "comunhão"; a descobrir a Eucaristia como a beleza do amor de Deus.

O grupo de catequese é parte de um "grupo" mais alargado que é a comunidade cristã.

A primeira comunidade cristã foi a que se formou à volta de Jesus e que, a partir do testemunho dos Apóstolos continuado pelos cristãos de todos os tempos, se estendeu a toda a terra, dando origem a um número incontável de comunidades que formam a mesma Igreja de Jesus Cristo.


in guia do catequista


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Aviso


Como já devem saber, foi avisado nas Eucaristias de Sábado e Domingo que na próxima sexta-feira haverá um momento de oração para o 7º ano até ao grupo de jovens. É verdade que haverá esse momento, mas o 7º ano não irá participar, por isso é que não vos avisamos na catequese. Haverão outros momentos em que vocês participarão.

domingo, 5 de outubro de 2008

Era uma vez um rei... - 04/10/2008


Havia um rei muito bom. Mas eram tantas as engrenagens entre ele e o seu povo, que este já nem o conhecia. Este povo, como todos os povos do mundo, era infeliz.

O rei bem enviava ministros, médicos, professores, assistentes sociais e mesmo padres até às terras mais afastadas...
Mas alguns mensageiros do rei nem sabiam por que ponta lhes pegar, outros aproveitavam para encher os bolsos.

O rei resolveu ir pessoalmente dar uma volta pelo reino. Em todas as cidades se organizaram recepções: grandes banquetes, festas, concertos...
Amontoados pelas avenidas, as pessoas, que se deixavam sempre levar por este género de espectáculo, gritavam: "Viva o nosso rei!", agitando bandeirinhas. Mas mal acabavam os fogos de artifício, cada um voltava a estar tão infeliz como antes, ou mesmo um pouco mais: "Quem me dera ser rei! Ou, pelo menos, um dos seus cortesãos..."

Então, o rei reuniu os seus próximos: "Vou dar ao primeiro ministro plenos poderes para governar o reino na minha ausência. Eu, incógnito, vou viver no meio do povo, trabalhando com as minhas mãos. À noite, juntarei alguns vizinhos. Um dia, hão-de perceber quem sou."
Claro que o chefe do protocolo apresentou logo algumas objecções que se adivinham: era preciso respeitar o rei; o povo era rude e não ia acolhê-lo como devia... e concluiu: "Magestade, se chegardes a fazer felizes uma dúzia de vizinhos, não tereis avançado grande coisa!... Dezenas de milhões de pessoas continuarão infelizes..."
"Meu amigo", disse-lhe o rei, "já sabia que iam fazer essa objecção... O que pensei foi o seguinte: ensinarei à minha dúzia de vizinhos a fazer o mesmo que eu, cada um com três, quatro ou dez, como puder. Se cada um comunicar, assim, um pouco da sua felicidade aos seus próximos, todo o reino será transformado."

(Jacques Loew)

De certeza que todos nós reconhecemos esta realidade de que nos fala esta parábola. Também nós fazemos parte dessa lista (infindável) de povos tristes. Também nós somos facilmente "comprados" com festas, banquetes, concertos... e no fim de tudo, voltamos à nossa vidinha, tristes porque não somos nem reis nem cortesãos.
Mas este rei ensinou-nos que não precisamos de ser rei para sermos felizes. Podemos trabalhar, lado a lado com ricos e pobres, bonitos e feios... e mesmo assim ser feliz. Mas o mais importante, é que podemos ajudar outros a serem felizes. Se eu conceguir ensinar a uma
dúzia de vizinhos a fazer o mesmo que eu a serem felizes, e cada um deles fizer o mesmo a três, quatro, dez, doze... transmitiremos a felicidade e tudo será renovado.

E quem é este rei? Quem foi que nos ensinou a ser felizes, a amar e a perdoar?
Jesus é este rei. Foi Ele quem nos ensinou a viver como irmãos. Transmitiu aos discípulos como devemos amar, perdoar, viver em comunidade. E os seus discípulos ensinaram a outros, que por sua vez ensinaram a outros... que nos ensinaram a nós. Agora cabe a vocês, adolescentes, o futuro da Igreja, a ensinarem a outros a serem felizes; a amar como Jesus nos ensinou; a serem os profetas do amanhã!
Arrisquem! Partilhem os vossos sentimentos! Não se isolem! Lembrem-se que alguém precisa de vocês! Alguém afastou-se do caminho de Jesus e TU podes ajudá-lo a encontrá-lo de novo!

Recomendação: Filme: "Favores em cadeia"


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Programa "Projecto +"


A vida como projecto


No primeiro bloco de catequeses, sereis convidados a aprofundar alguns traços fundamentais da identidade pessoal seja pelo olhar para si seja pelo olhar para o outro. O "quem sou eu?" resolve-se incluindo o "quem somos nós?".
Neste tempo, vive-se o tempo litúrgico do Advento e Natal. A catequese irá encontrar formas de sintonizar com a liturgia, que é a grande bússola da caminhada de fé.

O Projecto de Jesus

No segundo bloco, propõem-se os grandes valores do Reino, como vêm indicados no prefácio da solenidade de Cristo Rei (Reino de verdade, justiça, amor...). A última parte deste bloco coincide com a Quaresma e a Páscoa. A Páscoa é o verdadeiro coração do ano litúrgico. A caminhada catequética irá ser uma verdadeira conversão aos valores de Jesus, à vida que Ele nos propões, aceitando ir com Ele em peregrinação pela vida.

Anúncio de alegria

Os últimos encontros do catecismo estão pensados em contexto de tempo pascal, tendo como horizonte a grande solenidade do Pentecostes. Por isso, todo este tempo é pneumatológico (tem a marca do Espírito). O grupo de catequese será desafiado a fazer a experiência comunitária, em volta da celebração semanal da Páscoa, que é a Eucaristia de Domingo. É pela experiência da presença do Senhor no meio de dois ou três dos seus discípulos que os catequizandos irão descobrir a urgências e possibilidade de serem testemunhas do Ressuscitado.

Projecto +



Este ano o vosso catecismo chama-se "Projecto +".

Com ele, ireis explorar o sentido da vida pessoal e cristã.
Ele será o vosso guia para construírem o vosso próprio projecto de felicidade segundo os valores de Jesus, integrando as transformações específicas pelas quais vós estais a passar.
Com ele, ireis descobrir como viver em grupo, experimentando a originalidade de ser pessoa e como aderir a Jesus, reconhecendo-O como companheiro da viagem da vida.
Por isso é importante que tragam sempre o vosso catecismo para a catequese, para que possamos juntos descobrir as maravilhas que ele nos transmitirá.



Um novo ano de catequese vai começar.


Neste novo ano de catequese, os vossos catequistas pretendem que a vossa participação na catequese vos proporcione uma descoberta do sentido da vida cristã e que vos ajude a construir o vosso próprio projecto de via. Não é um projecto qualquer. Baseia-se no conhecimento e na adesão pessoal a Jesus Cristo e aos seus valores. Jesus Cristo está vivo, é vosso companheiro de viagem, que vos ama e quer convosco construir uma vida verdadeiramente feliz.

Por isso aceitai o convite que o Papa Bento XVI vos fez para se abrirem e aderirem a Cristo: "Abri o vosso coração a Deus, deixai-vos surpreender por Cristo!"; "Só Ele dá plenitude de vida à humanidade"; "Dai-lhe o 'direito de vos falar'!"; "Abri as portas da vossa liberdade ao Seu amor misericordioso!" (XX Jornadas Mundiais da Juventude, 2005).

Sejam bem vindos!