segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Catequese 3 - 2º encontro - 06/12/2008

Os gestos de Jesus

No tempo de Jesus. havia quem pensasse que as doenças eram um castigo por qualquer pecado. Se uma pessoa tinha nascido com algum problema, culpavam-se os antepassados.

"Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. Os seus discípulos perguntaram-lhe: «Rabi, quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?» Jesus respondeu: «Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele manifestar as obras de Deus. Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite, em que ninguém pode actuar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.» Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama e disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé» - que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e regressou a ver. Então, os vizinhos e os que costumavam vê-lo antes a mendigar perguntavam: «Não é este o que estava por aí sentado a pedir esmola?» Uns diziam: «É ele mesmo!» Outros afirmavam: «De modo nenhum. É outro parecido com ele.» Ele, porém, respondia: «Sou eu mesmo!» Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?» Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?» Respondeu-lhe; «Não sei.» Levaram aos fariseus o que fora cego. O dia em que Jesus tinha feito lama e lhe abrira os olhos era sábado." (Jo 9, 1-14)

Esta passagem faz referência indirecta ao baptismo (lama-banho). Lavados dos nossos pecados, ou preconceitos e maneiras velhas de viver, podemos ver com a luz da fé. Esta passagem representa o caminho de quem se abre à fé e vai dando alguns passos até aceitar completamente a luz da fé que vem de Jesus.

Com esta passagem, descobrimos que Jesus comunica através do que diz e do que faz. Palavras, gestos. atitudes são formas de Jesus comunicar através do corpo.

Jesus quer relacionar-se com a pessoa na sua totalidade e unidade. Nós somos uma unidade. Quando falamos de corpo, alma, espírito, inteligência, boca, pés, falamos da pessoa como ser único e irrepetível.

Em outra passagens bíblicas podemos distinguir gestos de Jesus que exprimem acolhimento e amor. São gestos que criam vida e são sinais de salvação. O maior gesto salvador de Jesus é a sua entrega, por amor, na cruz.

E os nosso gestos também podem ser libertadores?

Louis Braille

«Louis Braille (Coupvray, 4 de Janeiro de 1809 — Paris, 6 de Janeiro de 1852) foi o criador do sistema de leitura para cegos que recebeu seu nome, braille.

Louis Braille nasceu em 4 de Janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de 40 quilómetros de Paris. O seu pai, Simon-René Braille, era um fabricante de arreios e selas. Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, possivelmente uma sovela. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se ao olho direito, provocando a cegueira total.

Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia, Jacques Palluy, matricularam-no na escola local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia e em determinados anos foi seleccionado como líder da turma. Com 10 anos de idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).

O fundador do instituto, Valentin Haüy, foi um dos primeiros a criar um programa para ensinar os cegos a ler. As primeiras experiências de Haüy envolviam a gravação em alto-relevo de letras grandes, em papel grosso. Embora rudimentares, esses esforços lançaram a base para desenvolvimentos posteriores. Apesar de as crianças aprenderem a ler com este sistema, não podiam escrever porque a impressão era feita com letras costuradas no papel.

Louis aprendeu a ler as grandes letras em alto-relevo nos livros da pequena biblioteca de Haüy. Mas também se apercebia que aquele método, além de lento, não era prático. Na ocasião, ele escreveu no seu diário:

"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma."
Em 1821, quando Louis Braille tinha apenas 12 anos, Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, visitou o instituto onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita nocturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Tratava-se de um método de comunicação táctil que usava pontos em relevo dispostos num rectângulo com seis pontos de altura por dois de largura e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário ler mensagens sem usar a luz que poderia revelar posições. Assim, era possível trocar ordens e informações de forma silenciosa. Usava-se uma sovela para marcar pontinhos em relevo em papelão, que então podiam ser sentidos no escuro pelos soldados. A escrita nocturna baseava-se numa tabela de trinta e seis quadrados, cada quadrado representando um som básico da linguagem humana. Duas fileiras com até seis pontos cada uma eram gravadas em relevo no papel. O número de pontos na primeira fileira indicava em que linha horizontal da tabela de sons vocálicos se encontrava o som desejado, e o número de pontos na segunda fileira designava o som correto naquela linha. Esta ideia de usar um código para representar palavras em forma fonética foi introduzido no Instituto. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método e passou a efectuar algumas melhorias.

Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura. O sistema apresentado por Barbier, era baseado em 12 pontos, ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas 6 pontos. Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome. Excepto algumas pequenas melhorias, o sistema permanece basicamente o mesmo até hoje.

Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceita. As pessoas com visão não entendiam quão útil o sistema inventado por Braille podia ser, e um dos professores principais da escola chegou a proibir seu uso pelas crianças. Felizmente, tal decisão teve efeito contrário ao desejado, encorajando as crianças a usar o método e a aprendê-lo em segredo. Com o tempo, mesmo as pessoas com visão acabaram por perceber os benefícios do novo sistema. No instituto, o novo código só foi adotado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela tuberculose em 6 de Janeiro de 1852, com apenas 43 anos.

Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panthéon.

O braille provou ser muito adaptável como meio de comunicação. Quando Louis Braille inicialmente inventou o sistema de leitura, aplicou-o à notação musical. O método funciona tão bem que a leitura e escrita de música é mais fácil para os cegos do que para os que veêm. Vários termos matemáticos, científicos e químicos têm sido transpostos para o braille, abrindo amplos depósitos de conhecimento para os leitores cegos. Relógios com ponteiros reforçados e números em relevo, em braille, foram produzidos, de modo que dedos ágeis possam sentir as horas.»





A vida deste homem diz-nos que, quando perdemos algumas capacidades, podemos desenvolver outras, úteis à Humanidade e à realização pessoal, Para isso, é importante nunca desistirmos, teros força de vontade e dispormo-nos a ser dom para os outros.

E nós? Estamos dispostos a ter gestos que libertem, dêem alegria aos outros e os ajudem a crescer por dentro?


Senhor, encheste-me de dons para Te servir.
Vou procurar usá-los para Te encontrar.
Meus ouvidos procuram a Tua voz e os teus conselhos
nas vozes daqueles que encontro pelo caminho.
Enquanto procuro, nas placas das encruzilhadas,
a direcção para chegar a Ti,
vejo como as pessoas discutem,
se magoam esquecidas de Ti.
Vejo outros que constroem caminhos, amizades, mundos melhores.
Outros usam as mãos, dom maior,
para selar esses pactos de amor.
Também uso as minhas mãos
para construir as paredes da tua Igreja, da nossa casa.
Com os pés,
sigo o caminho que me leva a Ti,
falo contigo e com os que me acompanham.
A minha boca denuncia as maldades a que assisti
e conta a história das bem-aventuranças.
No final da minha procura,
desta aventura de Te encontrar,
vejo-Te, sinto-Te na minha pele...
Cheguei a Ti!


Recomendamos:


Catequese 3 - 1º encontro - 22/11/2008


Comunico com o meu corpo

Cântico:

Braços

fa        do   re-
Braços no ar para gritar
sol- fa do
Braços a abrir para acolher
Fa do la re-
Braços em cruz para dizer
sol- do fa
Aqui, aqui está Jesus

re-
Dou-te o braço direito
sol-
Para abraçar o irmão
sib
Para lhe dar o que tenho
do
Para ser a Tua mão

Dou-te o braço esquerdo
Para puxar o arado
Para lançar as redes
Do Teu apostolado

Dou-te a perna direita
Para andar o caminho
Que Tu andaste, Senhor.
Nunca estarei sozinho

Dou-te a perna esquerda
Para correr apressado
Falando de Ti, de Deus
Aqui e em todo o lado

Dou-te a minha boca
Para Te anunciar
Para gritar ao mundo:
É tão bonito amar.

Dou-te o meu coração
Tudo o que sinto e sou
Leva-me onde quiseres
Leva-me, contigo vou

No dia-a-dia, as pessoas conhecem-se não só pelas palavras, mas também pelos gestos e actos que praticam. A canção diz-nos que, com os nossos membros, com o nosso corpo, podemos fazer o bem, ir ao encontro dos outros, comunicar com quem nos rodeia.

Pode acontecer não nos sentirmos bem com o nosso corpo e até por vezes sentimo-nos angustiados com isso.
Para podermos partilhar e ultrapassar os nosso medos, o nosso grupo foi convidado a fazer uma pequena actividade:


A pessoa pensa, sofre, ama com o seu corpo. O corpo humano é uma fonte de possibilidades. O corpo é caminho para o encontro com os outros e até com Deus.

Nós comunicamos com todo o nosso corpo. Muitas vezes os nossos gestos dizem mais do que as palavras. O corpo é um meio de nos relacionarmos com os outros. É com ele que comunicamos com Deus.

Todo o nosso corpo entra na linguagem e mostra o nosso "estado de alma". Vemos com os olhos, ouvimos com os ouvidos, falamos com a boca, exprimimos a nossa alegria ou tristeza com o rosto, pelo que a nossa relação com Deus deve englobar a totalidade dos nossos sentidos.

Precisamos, perante a maravilha do nosso corpo, de aprender a contemplar, deixando-nos despertar para o sentido do encanto, da maravilha, da admiração.

Vamos agradecer a Deus pelo dom da vida e, mais concretamente, pelo nosso corpo, com o qual podemos comunicar e até rezar.

Para interiorizar:

Faz, Senhor, que os meus pés me levem a anuncia a paz;
Que a minha boca diga sempre palavras boas e cheias de esperança;
Que o meu coração aprenda a amar como o teu;
Que os meus olhos me façam ver com a luz da fé.